quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Até onde vai nossa liberdade?


Como cristãos, somos livres pra para fazer tudo que quisermos?

A Bíblia diz que “tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”, não é mesmo?

Somos livres, mas a liberdade em excesso acaba tirando a liberdade do outro. No campo terreno, é por isso que existem leis e regras! Já pensou se todo mundo pudesse fazer tudo que quisesse sem respeitar o limite do outro? Imagine como seria o trânsito, uma escola, um restaurante? Nada iria funcionar! Ora, por que alguém abriria um restaurante, por exemplo, se seus clientes simplesmente não fossem até a balança pesar o alimento e muito menos passassem pelo caixa para pagar por ele? Não faria sentido! Então reconhecemos que para convivermos em sociedade é necessário alguma ordem, um certo respeito a regras!

Vejo cristãos defendendo que não precisamos seguir regrinhas porque somos livres e podemos fazer o que quisermos. Muitas vezes dizem isso para justificar coisas que outros cristãos, mais conservadores, entendem diferente.

É o caso de tatuagem, segundo casamento, modo de se vestir, dentre outras coisas. Não estou aqui para dizer quem está certo ou errado, mas apenas que não é bem assim, quando o assunto é liberdade. Por exemplo, um filho adolescente que faz uma tatuagem sem autorização dos pais, sabendo que eles não aprovariam, está pecando pela desobediência, independente se o ato de se tatuar é ou não pecado, percebe?

Por mais livres que sejamos, existem sim regras a seguir, e isso, não é para ser visto como uma prisão, mas como algo bom que nos atinge também, quando é o nosso limite que outra pessoa está invadindo. 

Falei sobre filho com relação aos pais, mas os pais também devem respeitar seus filhos. Não é para não corrigir quando eles errarem, mas se um pai errar com seus filhos, é uma questão de respeito se desculpar com eles. Todos nós erramos, todos somos imperfeitos e, as regras, são para que não prejudiquemos o nosso próximo e ele também não nos prejudique. Perceba como isso tem tudo a ver com o segundo mandamento que é o amor ao próximo!

Isto posto, vamos ao texto bíblico que quero compartilhar com você hoje:

“9 Contudo, tendes cuidado para que o exercício da vossa liberdade não se torne um motivo de tropeço para os fracos.
12 Portanto, quando PECAS contra teus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, pecas contra Cristo.
13 Concluindo, se o alimento que eu como induz meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne a fim de que não seja eu a CAUSA do pecado dele.” (1 Cor. 8)

Paulo estava falando a cerca de alimentos sacrificados a ídolos, mas creio que como o foco dele não era os alimentos e sim a maneira como lidamos com irmãos mais fracos, podemos trazer para nossos dias com relação a qualquer fato que faça um irmão mais fraco pecar.

Observe que, no primeiro verso apresentado, ele pede que se tenha cuidado com nossa liberdade. E ele diz para que isso: para não se tornar pedra de tropeço para os fracos. Nesse ponto, vejo que há uma preocupação com o próximo e um próximo que não chegou ainda a um entendimento como o cristão para quem Paulo estava falando.

Sabemos que todos os dias novos cristãos vão surgindo e ainda outros que mesmo com um “tempo de casa”, são mais fracos. Não há problemas nisso, porque Deus conhece cada um e vai tratando no tempo de cada um. O que devemos nos atentar é que por causa desses é NECESSÁRIO que tenhamos cuidado com o exercício de nossa liberdade.

No verso 12, Paulo afirma que pecamos contra nossos irmãos quando ferimos a consciência fraca deles. Ser pedra de tropeço, ou seja, fazer com que outro peque, é pecado! E nós que somos mais fortes, devemos ter essa consciência e agirmos com amor para com esses. Além disso, o autor afirma que quem peca assim contra seu irmão, peca também contra Cristo!

Finalmente no verso 13, ele conclui que se o que ele come induz alguém a pecar, nunca mais comeria carne para não ser a causa do pecado dele. Como já disse, acredito que o foco aqui era mais sobre “não pecar, fazendo um irmão mais fraco pecar” do que propriamente sobre alimentos. Assim, o intuito deste post é para que possamos, cada um no que perceber, analisar se estamos fazendo alguém tropeçar e mudarmos nosso comportamento. Não porque isso é ou não pecado para nós, mas para que não façamos o outro pecar por nossa causa, por ter ele a consciência mais fraca.

O que entendo desse ensino de Paulo é que se nos vemos como fortes, somos nós é que temos que mudar nossas atitudes para preservar o fraco, e que, não fazer isso é pecado, justamente porque somos mais fortes.

Nossa liberdade vai até o nosso amor pelo próximo.

Paz

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