quarta-feira, 25 de março de 2020

Não será que estamos sendo concessivos demais?



Quantas vezes nos fiamos na desculpa do “ninguém é perfeito” para justificarmos nossas irresponsabilidades, nossa falta de compromisso com Deus e com as pessoas?

Esse negócio de sempre compreender quando falham conosco e perdoar sem dizer que a pessoa não devia ter feito aquilo conosco não seria um modo de educar a pessoa para ser desagradável, irresponsável e insensível?

A Bíblia fala sobre exortarmos uns aos outros, mas o que temos visto é uma compreensão disfarçada de perdão, que na verdade tem a motivação de "quando eu errar, vão me compreender também... ninguém é perfeito". Aí todo mundo vai ficando cada dia mais irresponsável e mascando com os outros, e as pessoas que ficaram na mão “compreendem” para que no futuro, quando ela também for irresponsável, também a “perdoem” e isso vira um ciclo que não nos melhora como seres humanos!

É mais fácil deixar pra lá para não termos conflitos, não é mesmo? É melhor ter paz... Mas, que paz é essa, que só nos educa para sermos concessivos a ponto de nos justificarmos antes de cometer tal erro, já que o outro também cometeu?

"Posso chegar atrasado, porque fulano chegou atrasado ontem". "Posso transar antes de casar porque fulano fez isso e está muito feliz". "Posso deixar de dar o dízimo, afinal dá para contar nos dedos quem da igreja dá o seu". "Posso deixar de dar os R$ 0,10 centavos de troco, afinal ninguém vai fazer questão de tão pouco". "Posso fazer o que quiser porque quem paga minhas contas sou eu e não devo satisfação, nem honra, a ninguém". "Posso nem avisar, ou avisar só em cima da hora e faltar aquele compromisso que me comprometi há uma semana (há um mês, ou até mais)".

Aonde vamos parar se ao invés de exortarmos uns aos outros, e de recebermos a exortação, simplesmente continuar a fazer concessões, sem dizer nada? Perdoar e compreender é diferente! Quando exortamos, não significa que não perdoamos ou compreendemos! Significa que existe uma falha e ela precisa ser corrigida! E isso nos faz pensar em não justificar a nós mesmos para querer cometer a mesma falha.

Bem, eu sei que não é fácil. Não sabemos qual será a reação da pessoa e provavelmente, quem costuma se justificar tão rasamente, não aceitará a correção, nos tratará mal ou vai ficar com raiva “pra sempre”, igual criança...

A questão é:
Por que assumimos compromissos que não QUEREMOS cumprir?
Por que assumimos compromissos que não PODEMOS cumprir?
Por que prometemos e não cumprimos?
Por que não avisamos com antecedência?
Por que agimos tantas vezes sem pensar nas consequências?
Por que não fazemos as contas antes de comprar?
Por que sequer tememos quando somos irresponsáveis? Nem aos homens, nem a Deus!?

Quando dissemos “minha família toda é assim, bateu levou”, “todo mundo chega atrasado, não sou só eu”, “não sou a única adolescente grávida no mundo nem serei a última”, ou “não sou o único irresponsável que engravidei uma adolescente”, “Deus entende que já que não sou casado(a) tenho minhas necessidades sexuais”, “todo mundo tá usando essa roupa, tá na moda”, “não tem nada a ver” e por aí vai, é só uma maneira de nos justificarmos dos nossos erros. "Quem é bom de justificativa não é bom de arrependimento!"(Não sei de quem é essa frase, mas a ouvi ou vi em algum lugar... quem souber a autoria pode me dizer). O que precisamos é nos arrepender, é nos consertar!

Ser concessivo com erros não é amar o próximo, não é perdoar, não é compreender, mas sim é uma forma de, mesmo inconsciente, já ter uma justificativa guardadinha na manga para quando se errar também. Isso é falta de temor! Isso é falta de ser fiel a Deus por amor.

A salvação não é pelas obras, mas fazemos as obras por amor ao nosso Senhor, Salvador e Pai! Entenda obras como ter uma vida reta, fazer tudo certinho, e quando errar sendo sem querer, reconhecer o erro, se arrepender, pedir perdão, voltar para a vida de retidão. Não é para parecer ser santão, é para ser! “Sede santos como Eu sou santo!” “Sê perfeito!”

E se a gente ao invés de ficar sendo tão concessivo com os outros, os exortasse? E se a gente ao invés de sermos tão concessivos com a gente mesmo se consertasse? E se a gente aprendesse a ser humilde o suficiente para saber receber a correção de quem também nos exorta em amor?

Aliás aí está um detalhe: em amor! Como já disse, não corrigir não é amar. O amor corrige sim, mas não com grosseria, apontando dedo, nem na frente dos outros.

Vamos refletir no que podemos melhorar e parar de dar sempre aquela mesma desculpa que justifica nossos erros, pecados, faltas, baseado nos erros/pecados dos outros a quem "perdoamos", e vamos efetivamente melhorar! Vamos resgatar o temor(respeito) e responsabilidade com as pessoas e com Deus. Isso não é, de fato, amar ao próximo e amar a Deus?

Peça a Deus para te mostrar no que você tem sido concessivo demais e responsável de menos e peça ajuda para mudar!

Paz

Danielly Neri

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