quarta-feira, 25 de março de 2020

Arrependimento, a preparação da caminhada com Deus


No início do novo testamento, vemos que se cumpre a profecia de Isaías:

Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia.  Ele dizia: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”.  Este é aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: ‘Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele.’” Mateus 3: 3-5

Observe a pregação de João Batista, que foi quem preparou o caminho para o Senhor: “Arrependam-se, POIS o Reino dos Céus está próximo”. Depois veio Jesus e também pregou o arrependimento. 

João, porém, batizava com água, mas Jesus seria o que batizaria com o Espírito Santo e com fogo. Veja que antes do batismo com o Espírito Santo por Jesus, João batizou com água para arrependimento de pecados.

Se Deus não coaduna com o pecado - antes o pecado faz separação entre o homem e Deus - como poderia existir uma caminhada com Ele sem que esse pecado fosse reparado pelo arrependimento? 

O sacrifício de Jesus na cruz foi para que pudéssemos ter o direito de nos reconciliarmos com o Pai, porém, se não há o arrependimento do que nos separa dEle, como poderemos caminhar com Ele?

Em Amós 3:3 diz “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”

Se a pessoa ama o pecado e não se arrepende, ela não pode caminhar JUNTO, pois está SEPARADA(Isaías 59:2) de Deus. 

O arrependimento é o mínimo para estarmos “de acordo” para caminharmos com Deus.

Não há como nascer de novo, sepultar o velho homem, sem arrependimento e, portanto, não há como ter uma vida com Deus estando “vivo” para o pecado. O arrependimento é o primeiro passo para começar uma caminhada com Deus. 

Vale lembrar que arrependimento, não é ter a convicção de que pecou, nem tristeza por causa da conseqüência do pecado e muito menos fazer boas obras, ser religioso. O arrependimento é uma mudança de mente, é se converter do caminho antes percorrido. A direção é contrária agora: o alvo é Cristo, não mais o pecado!

- Quando a pessoa não tem nem a convicção do pecado: Deus não leva em conta o tempo da ignorância, porém isso é enquanto durar a ignorância! Quando a pessoa passa a ter a convicção, ela deve se arrepender dos pecados cometidos nesse tempo. 

A pessoa às vezes tem até orgulho de ter pecado, infelizmente. Mas acha que por não fazer mais aquilo, está tudo bem. É importante que não se faça mais o que se fez no tempo da ignorância, mas como já dito, arrependimento é mudança de mente.

Imagine por exemplo que um assassino pare de matar, mas lembra com satisfação das vezes em que matou pessoas que cruzaram seu caminho, pensando “ainda bem que o matei” ou “achou que podia mexer comigo, acabei com ele”. Isso não é arrependimento! Dei esse exemplo bem drástico para ficar mais fácil de perceber que não é apenas parar de cometer aquele pecado.

Outro exemplo é o casal que oficializa a união com o casamento. Casar não concerta o pecado cometido antes! É preciso arrepender-se do pecado cometido antes, porque o casar é o consertar dali para frente. 

Quantas casais que moravam juntos você já viu que depois que se casaram, acabaram se separando? Isso é por causa da legalidade que o diabo tem com a falta do arrependimento da fase da ignorância. E há os casos em que a pessoa “juntou” com outra consciente de que era pecado. O arrependimento é necessário para a reconciliação com o Pai.

- E se, apesar da convicção do pecado, a pessoa não consegue se arrepender?

Quando isso acontece é preciso orar a Deus pedindo para que gere em nós o arrependimento. 

“Ou desprezas a riqueza de sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Romanos 2.4.)

É a bondade e misericórdia de Deus que nos conduz ao arrependimento. Isso não é lindo!? 
O “conduz” significa que Ele fará com que a Palavra chegue a você de modo que você deixe de ser ignorante acerca do pecado e que Ele é poderoso para fazer o que para nós pode parecer impossível, que é o gerar em nós o arrependimento verdadeiro. 

É aí que começa o “caminhar juntos” porque enfim, estarão “de acordo”.

As boas novas do evangelho é justamente isso: mostrar que nem mesmo se arrepender somos capazes sem a misericórdia dEle! Deus enviou seu Filho unigênito para morrer para a nossa reconciliação com o Pai. Depois do sacrifício, foi dado o PODER/DIREITO de serem filhos de Deus(João1:12) aos que O receberem, ou seja, Jesus passa a ser nosso irmão mais velho, com quem seremos co-herdeiros  participando de seus sofrimentos e glória(Rom.8:17).

Fiquemos atentos e examinemo-nos constantemente para que não fiquemos enganados sobre nossa condição diante de Deus. Às vezes condenamos quem pecou algo que não teve como esconder, como por exemplo, uma gravidez fora do casamento, mas nessa pessoa há arrependimento e talvez quem menos imaginamos, ou mesmo a gente comete algo que não houve arrependimento. Num caso como esse em que a pessoa peca e acaba grávida(ou engravidando alguém), o arrependimento é sobre o ato de ter tido relações sexuais fora do casamento; os filhos são bênçãos do Senhor! Falar nisso, aborto é um assassinato! E como Deus é um Deus de gerações, um aborto não é a morte de apenas uma vida, mas de toda uma geração! Se sua vó tivesse sido abortada por sua bisavó, sua mãe, nem você, nem seus filhos existiriam...

Não podemos caminhar com Deus se não estivermos de acordo com Ele. Nós é que temos que nos amoldar à Sua Palavra. Arrepender-nos é fruto da bondade e misericórdia de Deus e um privilégio para nós, alvos de Sua graça.

Paz

5 Sintomas que indicam que VOCÊ é um Dependente Emocional e os 4 passos para enfrentar e vencer o problema


De alguns anos para cá, movimentos, ministérios e projetos vêm surgindo na igreja brasileira, arrastando milhares de seguidores. Cada um é responsável por alguma área da vida, tanto material quanto espiritual, e dou graças a Deus que existem pessoas que trabalham para o Senhor dessa maneira, cuidando de pessoas em vários aspectos e as encaminhando para ajudar outras.

Porém, um problema que dificilmente é abordado e se encontra em abundância em nosso meio - principalmente entre a juventude cristã - é a dependência emocional. A começar pelo fato de que só ouvi falar sobre isso dentro da igreja ainda neste ano de 2019, pois passei por isso sozinha e não tinha a mínima ideia do que era. Infelizmente, perdi seis anos da minha vida por conta disso. Fiquei estagnada, não consegui ajuda, e durante esse processo pensei que o que eu estava vivendo era amor e uma grande amizade.

Primeiro, precisamos saber do que se trata a dependência emocional. É importante entender que qualquer um está sujeito a passar por isso, e pode se apresentar entre vários tipos de relacionamentos: pode acontecer entre namorados, amigos, líderes e liderados, marido e mulher, pais e filhos, etc. A verdade é que a dependência emocional é apenas um nome bonito para descrever o pecado da idolatria. Por quê?

Porque é um problema que possui sua raiz na rejeição. Pessoas dependentes geralmente sofreram abusos, traumas ou rejeição de alguma maneira, em sua maioria na primeira infância, seja através de seus pais ou bullying na escola, por exemplo. Por isso, a pessoa sempre está em busca de alguém que a ame, e cuide dela, e que supra TODAS as expectativas dela.

Mas, cá entre nós: por acaso existe um ser humano que consiga suprir todas as nossas expectativas? Agora você me entendeu, né? Pois é. Há apenas um que consegue fazer isso.

“E esse mesmo Deus que cuida de mim lhes suprirá TODAS as necessidades por meio das riquezas gloriosas que nos foram dadas em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:19)

Diferente da maioria dos outros pecados, a dependência emocional é sorrateira, se instala em relacionamentos de maneira gradativa, sem que ninguém perceba.

No evangelho segundo Mateus, capítulo 22:37, Jesus nos ensina o maior dos mandamentos: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”

Somente Deus é digno de ser o centro de nossas vidas, e mais ninguém pode suprir as nossas carências além do Espírito Santo! Mas calma! Não saia daqui apavorado, pensando que todos os seus relacionamentos são assim e expulsando todas as pessoas da sua vida. Existem diferenças gritantes entre uma amizade saudável de uma relação de dependência. Aqui estão alguns sintomas:

1- Dificuldade de tomar decisões sozinho, de dizer "não" e discordar das pessoas: uma pessoa que sofre de dependência emocional se anula completamente em função da outra. Sempre existe a preocupação sobre o que a outra pessoa vai gostar, o que ela pode não gostar ou concordar… a pessoa começa a mudar pela outra, desfigurando completamente sua identidade.

2- Habitualmente, a pessoa se coloca em segundo plano: todo mundo conhece aquela pessoa que faz tudo pelos outros e esquece de si própria. Seja para se manter por perto, por medo da rejeição ou simplesmente para alimentar sua dependência emocional. A pessoa esquece que existe, e acha que deve agradar a outra, custe o que custar. Na minha vida, por exemplo, tolerei coisas que me tiraram o sono inúmeras vezes, apenas para que a "amiga" fizesse pouco caso. Isso é muito frustrante, e já te adianto que você merece mais que isso e precisa reconhecer seu valor.

3- Um dependente emocional não consegue se sentir bem sozinho: enquanto escrevia o esboço do texto, senti uma grande indignação ao me lembrar de uma amizade que eu tinha. Lembrei-me de todos os alertas que meus colegas me deram na época, e que eu insisti que nada estava errado, que os ataques de ciúmes e comportamentos obsessivos eram provas de amor e amizade. A dependência emocional é carregada de um ciúme exagerado e exigência de atenção exclusiva. Há falta de interesse por outras amizades e relacionamentos, simplesmente porque a outra pessoa já é o suficiente. É uma relação que pode ser comparada a uma implosão, não se expande, não inclui mais pessoas, apenas se fecha, criando um mundo que apenas as pessoas envolvidas vivem! E infelizmente, só piora, pois com o passar do tempo a insegurança aumenta, partindo para o hábito possessivo e controlador em cima da outra pessoa. Ninguém mais pode se aproximar. Podemos usar como exemplos os crimes passionais. Todos, sem exceção, começam através da dependência emocional.

4- Incapacidade de fazer planos pessoais sem incluir a pessoa: mais um ponto em que me identifiquei e fiquei irada! Lembra que eu avisei sobre a identidade desfigurada? Uma pessoa dependente não consegue viver sem a outra, a ponto de anular sonhos, projetos, mudar de profissão, de faculdade, de igreja, e pior, de chamado! Cuidado! Um dos maiores planos de satanás é nos tirar do propósito que Deus tem para nossas vidas. Você não pode mudar sua identidade em função de outras pessoas, independente de quem seja! Tudo o que você entregar nas mãos de Deus, permanecerá; porém, tudo aquilo que você se apegar a ponto de "não conseguir viver sem", escorrerá pelos seus dedos. Deus não divide a sua glória com ninguém e não permitirá que outra pessoa ocupe o lugar de adoração em sua vida.

5- Incapacidade de reconhecer seu próprio valor e dificuldade em se amar: uma pessoa emocionalmente dependente é tão aprisionada que com o passar do tempo, não consegue mais se lembrar de quem ela é, e muitas vezes quando ela demonstra um resquício de personalidade própria, ela é “censurada” pela outra pessoa. Frases do tipo: “ninguém vai gostar de você se continuar desse jeito”, “você está me fazendo passar vergonha” ou “você nunca vai encontrar alguém como eu”, fazem com que a pessoa perca seu valor em função da outra. É claro que alguns comportamentos imaturos devem ser corrigidos, porém, nada justifica que alguém mude sua personalidade e seus gostos em função dela(que nunca estará satisfeita). No meu caso, fui tão aprisionada que passei seis anos me achando a garota mais feia, a mais burra e a mais rejeitada. Perdi completamente a minha perspectiva de vida, e tirei meus olhos do propósito que Deus tinha para a minha vida. O resultado se deu em 2017, com uma depressão profunda e duas tentativas de suicídio. Depois disso, foi preciso dois anos para que Deus me restaurasse completamente a ponto de eu me redescobrir. Finalmente entendi quem eu era, quem Deus era e os pensamentos que Ele tinha a meu respeito, e isso é libertador! Quando você percebe a maneira com que Deus olha pra você e como Ele te ama, você deixa de mendigar amor e atenção das pessoas.

“Porque eu sei os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor. “São planos de bem, e não de mal, para lhes dar o futuro pelo qual anseiam.” (Jeremias 29:11)
“Tu formaste o meu interior e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te agradeço por me teres feito de modo tão extraordinário; tuas obras são maravilhosas, e disso eu sei muito bem. Tu me observavas quando eu estava sendo formado em segredo, enquanto eu era tecido na escuridão. Tu me viste quando eu ainda estava no ventre; cada dia de minha vida estava registrado em teu livro, cada momento foi estabelecido quando ainda nenhum deles existia. Como são preciosos os teus pensamentos a meu respeito, ó Deus; é impossível enumerá-los! Não sou capaz de contá-los; são mais numerosos que os grãos de areia. E, quando acordo, tu ainda estás comigo.” (Salmos 139:13-18)

Sabendo que Deus pensa o melhor ao nosso respeito e quer o melhor para nós, Ele também é capaz de te curar. Infelizmente, temos o mau hábito de dizer a Deus o que Ele pode ou não pode fazer, porém, assim como Ele tem poder para curar um câncer no corpo físico, Ele também pode curar as maiores dores da alma. Sim, é possível vencer por meio de quatro passos:

1- Dependa do Espírito Santo: entenda que quando você quer conhecer uma pessoa, você quer estar perto, saber os interesses dela, e conversar com ela até ter intimidade e liberdade com essa pessoa. Por isso, se você quer aprender a depender do Espírito Santo e ser íntimo dele, você deve começar com algo bem simples: todos os dias, leia um capítulo da bíblia e faça uma oração. No início, parece que é algo pequeno, ou que Deus não está te ouvindo, mas aos poucos isso se torna um hábito, e você começa a ser íntimo do Espírito Santo. Mesmo cansado ou com pressa, leia a palavra, pois é através dela que ouvimos a voz do Pai. Não desista por achar que está fazendo pouco, porque Deus se importa com as pequenas coisas! Digo isso porque obtive as respostas mais rápidas quando fiz orações desesperadoras, do tipo: “Socorro, Jesus! Preciso de ajuda porque senão vai dar tudo errado!”. Equando você orar, não use palavras rebuscadas que você não usaria no seu dia a dia. Deus é seu Papai! Ele irá te ouvir, mesmo com suas limitações e vocabulário curto.

“E o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos orar segundo a vontade de Deus, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não podem ser expressos em palavras.” (Romanos 8:26)
“Escondi a Tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti.” (Salmos 119:11)

2- Entenda seu verdadeiro valor e procure saber suas melhores qualidades: uma vez que você passa a depender do Espírito Santo, Ele te sara e revela a sua verdadeira identidade. Passe a se olhar no espelho de maneira diferente, comece a dizer coisas boas a seu respeito! Nossas palavras tem poder, tanto para bênção, quanto para maldição. Cuidado! Mesmo nas brincadeiras, podemos profetizar maldade contra nós mesmos. Por isso, fale coisas boas, mesmo que você, a princípio, não acredite nelas.

“O ser humano consegue domar toda espécie de animal, ave, réptil e peixe, mas ninguém consegue domar a língua. Ela é incontrolável e perversa, cheia de veneno mortífero. Às vezes louva nosso Senhor e Pai e, às vezes, amaldiçoa aqueles que Deus criou à sua imagem. E, assim, bênção e maldição saem da mesma boca. Meus irmãos, isso não está certo!” (Tiago 3:7-10)

3- Comece a viver em solitude. Faça coisas sozinho(a): no início de 2018, fiz um pedido a Deus que eu jamais me esquecerei. Eu estava cansada e sozinha, e pedi claramente a Deus: “Pai, tire da minha vida todas as pessoas que estão atrapalhando os propósitos que o Senhor tem para mim.” Em poucos dias... TODOS OS MEUS AMIGOS SUMIRAM! Todos eles, sem exceção, se afastaram de mim e nunca mais entraram num profundo contato comigo. Naquele ano aprendi a viver sozinha e descobri muitas qualidades que eu possuía. Não demorou muito para começar a ver beleza em mim, e redescobrir os talentos que Deus havia me concedido. Tudo já estava ali, dentro de mim. Eu apenas precisava descobrir como enxergar. Não há problema em ir ao cinema ou a praia sozinho(a). Não há problema em ir ao shopping apenas para passear e comer sozinho(a)! Aprenda a desfrutar da sua própria companhia até encontrar as pessoas certas.

4- Seja menos autocrítico: se permita errar! Não existe ninguém perfeito, a não ser Deus! Os fracassos virão, os momentos de tristeza virão, os erros virão. Todos nós estamos sujeitos a isso, então, não pense que você deve agradar a todos, porque isso não acontecerá. Muitas pessoas que estão em processo de cura emocional estão sofrendo, não porque deixaram de perdoar aqueles que as machucaram, mas simplesmente porque não se perdoam, não se permitem seguir em frente. Admita que você errou, que fracassou, mas não permita que a autocrítica seja a regente da sua vida. Não se critique tanto, seus pecados já foram pagos na cruz através de Jesus. O que estamos vivendo agora é apenas uma pequena jornada para a eternidade, e nesse caminho, tropeços irão acontecer. Mas, basta corrermos para os pés do nosso papai e pedirmos para que Ele nos redirecione, pois Ele sempre estará ali para nos consolar e cuidar de nós.

“Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)

 Thaís Valadares

Não será que estamos sendo concessivos demais?



Quantas vezes nos fiamos na desculpa do “ninguém é perfeito” para justificarmos nossas irresponsabilidades, nossa falta de compromisso com Deus e com as pessoas?

Esse negócio de sempre compreender quando falham conosco e perdoar sem dizer que a pessoa não devia ter feito aquilo conosco não seria um modo de educar a pessoa para ser desagradável, irresponsável e insensível?

A Bíblia fala sobre exortarmos uns aos outros, mas o que temos visto é uma compreensão disfarçada de perdão, que na verdade tem a motivação de "quando eu errar, vão me compreender também... ninguém é perfeito". Aí todo mundo vai ficando cada dia mais irresponsável e mascando com os outros, e as pessoas que ficaram na mão “compreendem” para que no futuro, quando ela também for irresponsável, também a “perdoem” e isso vira um ciclo que não nos melhora como seres humanos!

É mais fácil deixar pra lá para não termos conflitos, não é mesmo? É melhor ter paz... Mas, que paz é essa, que só nos educa para sermos concessivos a ponto de nos justificarmos antes de cometer tal erro, já que o outro também cometeu?

"Posso chegar atrasado, porque fulano chegou atrasado ontem". "Posso transar antes de casar porque fulano fez isso e está muito feliz". "Posso deixar de dar o dízimo, afinal dá para contar nos dedos quem da igreja dá o seu". "Posso deixar de dar os R$ 0,10 centavos de troco, afinal ninguém vai fazer questão de tão pouco". "Posso fazer o que quiser porque quem paga minhas contas sou eu e não devo satisfação, nem honra, a ninguém". "Posso nem avisar, ou avisar só em cima da hora e faltar aquele compromisso que me comprometi há uma semana (há um mês, ou até mais)".

Aonde vamos parar se ao invés de exortarmos uns aos outros, e de recebermos a exortação, simplesmente continuar a fazer concessões, sem dizer nada? Perdoar e compreender é diferente! Quando exortamos, não significa que não perdoamos ou compreendemos! Significa que existe uma falha e ela precisa ser corrigida! E isso nos faz pensar em não justificar a nós mesmos para querer cometer a mesma falha.

Bem, eu sei que não é fácil. Não sabemos qual será a reação da pessoa e provavelmente, quem costuma se justificar tão rasamente, não aceitará a correção, nos tratará mal ou vai ficar com raiva “pra sempre”, igual criança...

A questão é:
Por que assumimos compromissos que não QUEREMOS cumprir?
Por que assumimos compromissos que não PODEMOS cumprir?
Por que prometemos e não cumprimos?
Por que não avisamos com antecedência?
Por que agimos tantas vezes sem pensar nas consequências?
Por que não fazemos as contas antes de comprar?
Por que sequer tememos quando somos irresponsáveis? Nem aos homens, nem a Deus!?

Quando dissemos “minha família toda é assim, bateu levou”, “todo mundo chega atrasado, não sou só eu”, “não sou a única adolescente grávida no mundo nem serei a última”, ou “não sou o único irresponsável que engravidei uma adolescente”, “Deus entende que já que não sou casado(a) tenho minhas necessidades sexuais”, “todo mundo tá usando essa roupa, tá na moda”, “não tem nada a ver” e por aí vai, é só uma maneira de nos justificarmos dos nossos erros. "Quem é bom de justificativa não é bom de arrependimento!"(Não sei de quem é essa frase, mas a ouvi ou vi em algum lugar... quem souber a autoria pode me dizer). O que precisamos é nos arrepender, é nos consertar!

Ser concessivo com erros não é amar o próximo, não é perdoar, não é compreender, mas sim é uma forma de, mesmo inconsciente, já ter uma justificativa guardadinha na manga para quando se errar também. Isso é falta de temor! Isso é falta de ser fiel a Deus por amor.

A salvação não é pelas obras, mas fazemos as obras por amor ao nosso Senhor, Salvador e Pai! Entenda obras como ter uma vida reta, fazer tudo certinho, e quando errar sendo sem querer, reconhecer o erro, se arrepender, pedir perdão, voltar para a vida de retidão. Não é para parecer ser santão, é para ser! “Sede santos como Eu sou santo!” “Sê perfeito!”

E se a gente ao invés de ficar sendo tão concessivo com os outros, os exortasse? E se a gente ao invés de sermos tão concessivos com a gente mesmo se consertasse? E se a gente aprendesse a ser humilde o suficiente para saber receber a correção de quem também nos exorta em amor?

Aliás aí está um detalhe: em amor! Como já disse, não corrigir não é amar. O amor corrige sim, mas não com grosseria, apontando dedo, nem na frente dos outros.

Vamos refletir no que podemos melhorar e parar de dar sempre aquela mesma desculpa que justifica nossos erros, pecados, faltas, baseado nos erros/pecados dos outros a quem "perdoamos", e vamos efetivamente melhorar! Vamos resgatar o temor(respeito) e responsabilidade com as pessoas e com Deus. Isso não é, de fato, amar ao próximo e amar a Deus?

Peça a Deus para te mostrar no que você tem sido concessivo demais e responsável de menos e peça ajuda para mudar!

Paz

Danielly Neri