Todo lindo bebê, um dia, tive apenas três meses de vida dentro da barriga de sua mãe... Ah, é... cada um de nós também! |
Eu estou de luto por todas as crianças que não terão a chance de ver a luz.
Estou de luto porque elas
jamais poderão fazer escolhas...
Estou de luto pelos filhos,
netos, bisnetos que elas teriam... mas não terão porque suas mães ‘ganharam’ o
‘direito’ de não deixá-las nascer.
Um ‘feto’ não tem problema
matar? Usam essa palavra(feto) como se fosse uma ‘coisa’ e não um ser humano.
Todos nós fomos um ser vivo de três meses dentro do ventre de nossa mãe, mas
agora que já crescemos, eles são só ‘fetos’, uma ‘coisa’ que vai estragar o
corpo de alguma mulher e que é preferível não ter para que não dê trabalho e
gastos para o resto da vida...
Quando a desculpa não é o
absurdo ‘meu corpo, minhas regras’, sobre o corpo de um outro ser, porque este
sim é que vai MORRER, apelam para o fato de os homens não assumirem a
responsabilidade de pais, e a ‘mãe’, coitada, teria que criar o filho sozinha.
Bem, criar um filho é bem melhor do que ter sido vítima de aborto e sequer ter
tido a chance de escolher sobre sua própria existência.
Você pode até ser a favor do
aborto, mas tenho certeza que você não gostaria de estar na pele do bebê. Sorte
a sua ter tido uma mãe que te permitiu nascer para agora você estar tão
encrencada por estar grávida ou tão encrencado por ter engravidado alguém! Seu problema é menor do que o do seu filho!
Outros ainda, não são a
favor do aborto... exceto em caso de estupro. Eu entendo essas pessoas, porque
eu mesma, vergonhosamente, admito que já pensei assim. O crime de estupro é
algo realmente horrível, repugnante, odioso e inaceitável; porém, o criminoso
é o estuprador, e ele é quem deveria ser punido, e ainda assim, pelas leis
brasileiras, não o é com pena de morte.
É interessante o que diz a nossa Lei Maior, a Constituição Federal/88 em seu artigo 5º, XLV:
"Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido".
Traduzindo, se um homem comete um crime e ele
tem um filho, não se pode punir o filho pelo crime do pai. Sobre pena
pecuniária(valor indenizatório a ser pago ao prejudicado ou herdeiro deste), o
limite é a herança, ou seja, não se toca na VIDA, na liberdade, nem nos bens
que o herdeiro adquiriu por conta própria, mas apenas e no máximo nos
bens herdados do pai.
Perceba a contradição e
equívoco de uma permissão legal como essa de se punir, com pena de morte,
alguém que é filho de um criminoso, para amenizar o sofrimento de outra vítima,
a mãe. Sim, a mãe é vítima de um crime horrendo e traumático, mas o filho da
vítima e do criminoso também é. Ora, a vítima mãe recebeu a pena de morte? Não,
claro que não, ela é vítima! Mas o bebê, sim!
Se esta criança tiver a
chance de nascer, sofrerá pelo fato de saber que é fruto de um estupro. Ela
sofrerá tanto por saber que seu pai é um criminoso, como por saber da dor de
sua mãe, mas estar vivo para saber disso e decidir sobre o que fará da sua vida,
ainda é melhor do que ser ceifado quando ainda não tinha como se defender. Quem
é fruto de estupro, estando vivo, pode sim superar isso e viver. Já que o
governo não consegue parar ou mesmo diminuir a incidência dos crimes de
estupro, deveria, pelo menos, arcar com os cuidados e tratamentos necessários
com a mãe e o bebê, dando condições e incentivando a vida e bem estar dessas
vítimas!
Tanto entendendo que a pena
não deve passar da pessoa do condenado, como do ponto de vista de que o bebê também
é uma vítima, fica claro que o que está prevalecendo aqui é a lei do mais
forte. Como não se pode matar o pai estuprador, pois a lei não condena à pena
de morte por um crime como esse, e como é mais fácil consentir num aborto de
uma mulher que sofreu essa violência para ‘amenizar sua dor’, que morra o que
ainda não nasceu, o que ninguém sentirá falta, o que não tem como se defender,
reclamar, decidir, escolher. É mais fácil isso do que aumentar a punição do
crime de estupro, do que prender o criminoso, do que dar assistência à mãe e ao
bebê. Pensa bem, é muita covardia simplesmente ‘acabar’ com o ‘problema’
matando uma vida!
O bebê não deixou de ser um
inocente, frágil e indefeso só porque, nesse caso, sua mãe foi estuprada. O
criminoso é seu pai e até ele não irá morrer por isso! A mãe, com certeza, já
sofreu e sofrerá por um tempo até perceber que deixar a criança nascer foi sua
melhor escolha. Seria mais justo a garantia e, de fato, a efetivação de um
apoio a essas mulheres com tratamento psicológico, religioso e ajuda financeira num programa de incentivo à vida, dando a elas a opção, inclusive, de darem em
adoção seu bebê.
Há quem pense que
para viver na dificuldade, melhor ‘não por no mundo’, mas quer saber de uma
coisa? É fácil pensar assim depois de já ter nascido! Não vejo pobres dizendo
que querem morrer porque são pobres, pelo contrário, eles lutam para se
manterem vivos. Ter a oportunidade de nascer é muito melhor do que ser assassinado antes que se possa escolher sobre qualquer coisa. Não importa se ele for pobre, rico, se crescer em
orfanato, se for criado por uma família adotiva, se somente pela mãe, se vai conseguir se virar sozinho mais tarde, se vai escolher o caminho que escolher, o que importa é ele estar vivo para isso.
Lamentável o que está
acontecendo em nosso país. Além de tanta corrupção, impunidade, e tantas coisas
que nos dão vergonha, mas essa de considerar que não é crime matar inocentes.
Não se pune quem se deve punir e condena-se à pena mais alta, a de morte, vidas
completamente indefesas.
É, eu estou de luto por
vocês, vítimas de pessoas que tiveram mães que os deixaram nascer para se
tornarem exterminadores de vidas sem culpa.
Sim, eu estou de luto por
vocês que não vão sequer nascer...
E estou de luto pelas
consequências espirituais que certamente gerarão ainda mais mortes...
Que Deus tenha misericórdia
de nós!
Sou cristã. Sou a favor da
vida e contra aborto. Sou a favor de penas bem mais altas para o estuprador. Sou contra a ideia
de que a culpa é da vítima de estupro. E sou contra a condenação em pena de morte da outra vítima: o
bebê.
Paz.
Paz.
Danielly Neri
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