Nesse dia, minha professora começou a chamar alunos para
resolverem parte por parte de equações lá no quadro. Ninguém estava preparado
para aquilo, mas criei uma expectativa de ser chamada também. Uns acertavam, mas
a maioria estava errando e a professora ficava visivelmente nervosa, sem
acreditar que sua turma não estava aprendendo a matéria, apesar de seus esforços
em ensinar com tanta dedicação. Finalmente chega a minha vez de pegar no giz e fui
lá à frente feliz e certa de que ela ficaria orgulhosa de mim! Eu estava certa
de que eu faria aquela equação inteira sem dificuldades!
Fiz a parte da equação que ela pediu, coloquei o giz no
vãozinho do quadro e virei para voltar ao meu lugar, quando ouço um sonoro
“Danielly, tem certeza que isso está certo?”, ao que balancei a cabeça
confirmando, indo em direção à minha carteira. Ela bufou e explicou à turma que
não era daquele jeito, apagou o que eu havia feito e fez a conta corretamente
muito nervosa e decepcionada!
Eu ter errado não foi como qualquer outro aluno ter errado.
Eu era uma ótima aluna e ela não imaginava que logo eu erraria! Imagino como
ela se sentiu frustrada como professora, mas não foi culpa dela!
Voltando para a continuação do que aconteceu naquele fatídico
dia... a turma ficou em polvorosa e gargalhou com força de mim! Meu erro foi
ridículo! Uma mera falta de atenção provocada pelo meu ego inflado!
Foi a primeira vez, que eu me lembro, que tinha certeza de
que estava certa, quando na verdade estava errada. Eu havia acompanhado cada
erro e cada acerto dos colegas antes de mim naquela equação e estava certa de
que o que fiz no quadro estava certo, mas, não estava e, vi isto imediatamente
quando a professora corrigiu o que eu havia feito. Sabe quando você bate a mão
na testa sem acreditar que não tinha percebido que era daquele jeito, porque
você de fato sabia, mas não prestou a atenção?
Na época tinha no máximo 13 anos de idade e não analisei o
acontecimento como agora. Eu ainda não conseguia aplicar aquilo como uma lição
para a vida e passei por coisas semelhantes ainda outras vezes até perceber o
que aquilo significava...
Às vezes, vamos saber algo e ter certeza de que podemos
resolver bem aquilo, mas mesmo sabendo somos passíveis de errar! Esta é a
lição: somos falhos! Erramos até naquilo que já fizemos certo outras vezes e é
por isso que precisamos ser humildes...
Na vida vamos ver pessoas errando bem na nossa frente e
vamos pensar que se fosse com a gente não iríamos errar. Às vezes, a pessoa que
estamos vendo, de fato, não sabe e vai errar por isso, mas a gente, mesmo
sabendo, quando chegar a nossa vez, também poderemos errar...
Quem sabe também erra! Tem menos chances de errar, mas
também PODE errar!
A Bíblia fala que o povo de Deus é destruído por falta de
conhecimento, o povo de Deus! E diz que erramos por não conhecermos as
Escrituras. Daí percebe-se que precisamos saber e buscar acertar, porém, também
devemos estar cientes que não somos infalíveis(ainda que conhecedores) e que como dependentes de Deus e
não apenas de nós mesmos, precisamos ser humildes o bastante para:
- Compreender quem ainda não aprendeu, mas que está buscando
aprender;
- Fazer o que sabe com confiança, mas voltar atrás e
analisar mais uma vez a situação com a cabeça um pouco mais baixa quando alguém
que sabe mais que você te questionar ou der algum conselho;
- Não deixar de buscar o conhecimento cada vez mais só por
ter aprendido que errar faz parte da vida e que “se todos erram tudo bem se eu
errar também” (uma coisa é errar sem querer, sabendo, outra bem diferente é
errar porque NÃO QUIS aprender);
- Não deixar que o erro te tire a coragem de tentar de novo, corretamente, só para não ter o constrangimento de ver pessoas que sabem e pessoas
que não sabem rindo alto de você;
- O erro não pode simplesmente não servir para nada. A gente
precisa perceber que erra e baixar nossa bola.
Resumindo:
Busque conhecimento.
Quem sabe também erra.
Quem erra sabendo não deve paralisar por isso.
Tudo isso envolve humildade.
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